quinta-feira, 22 de julho de 2010

Até escrever estas linhas é demasiado.
Até agora, mordo o lábio para não chorar e, secretamente, desejo o conforto da almofada, da noite, da escuridão, onde não possa encontrar-me cara a cara com a minha vergonha.
Vergonha de ser assim, uma enormidade de imperfeições...
Até agora, num dos refúgios do meu ser, na escrita amiga, nas palavras; Até agora, quando tento tirar de cima de mim todo o peso daquilo que reaparece dia após dia, hora após hora, semanas atrás de semanas, finco os dentes com força, pisco os olhos repetidamente, não encontro solução para este soluçar constante.
Não tenho inspiração, não tenho nada, não tenho necessidade de me agarrar às coisas bonitas porque não as vejo. Não vejo, não oiço, não falo, não sinto.
Pergunto-me como seria se fechasse os olhos a tudo, se tapasse os ouvidos para todos, se não abrisse a boca. Alguém notaria a diferença? Alguém perceberia que eu deixei de sentir? Que magoa sentir, que doi, doi tanto!
Sinto... ainda não parei de sentir dor...
As lágrimas enevoam-me a vista, marcam os óculos... Doi! Doi!
Dor... amiga, companheira... Não te quero mais... Porque não partes? Porque não me deixas?

Quero tanto, tanto, um abraço!

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