terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cordas e sopros



Eles os dois são diferentes, não muito, mas o suficiente.
Ele é ele, sempre sorridente e conversador, transmite alegria e calor, é um sol em miniatura que ilumina o céu que ela observa da Terra
Ela é ela, escuta e opina, partilha bolachas, é uma espécie de lua, vagueia na noite estrelada.
São tão diferentes,
ele é feito de cordas esticadas, de sensações tácteis, de sons melodiosos.
ela é instrumento de sopro, toca em tons agudos ou graves, respira por pausas e vive presa na sua flautinha de bisel.
Ele deixa-se tocar, pressionar, moldar suavemente. Por vezes, solta-se e desafina.
Ela é mais prefecionista (?) ou apenas mais pequenina, menos confiante.
A verdade é que são diferentes, ele instrumento de cordas, táctil e melodioso.
ela instrumento de sopro, pequena e suave, ou grande e histérica, depende dos dias – dos dias em que está com ele ou sozinha (sim, porque a sua presença é calor, sol, alegria
a sua ausência dolorosa, a sua tristeza faz-se dela).

São tão diferentes, mas basta algumas semelhanças para rirem sem parar e falarem horas e horas. São amigos. E a melodia modifica-se, torna-se mais bonita. É uma melodia em conjunto, nenhum está sozinho.
E é muito mais belo um conjunto de cordas e sopros, do que uma solidão de qualquer um deles.

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