segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sol (2)

E, olha, deixa-me contar como me sinto. Deixa-me dizer-te como é difícil acordar todas as manhãs, levantar-me e vestir-me, como é algo complexo e irracional o medo que me invade e o sentimento sem nome que se enrosca em mim.
E, olha, depois deixa-me pensar naqueles dias em que trocamos ideias absurdas e comentários fora de contexto; deixa-me pensar naquelas situações em que colocas música a tocar e eu me deixo absorver, de olhos fechados; deixa-me pensar nos momentos em que leio e me sinto, durante um pouco, em paz.
E, olha, por fim, deixa-me pensar na forma como te preocupas comigo. E não é justo para ninguém que eu não me esforce, que fique na cama, que não me levante. Por isso, olha, dá-me a mão e leva-me contigo.
E obrigada, meu amigo.


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