quarta-feira, 14 de março de 2012

Ré (1)


É que estão mesmo perfeitos. Os cortes.
Puxo a manga mais para baixo, prendendo com força lábios traiçoeiros dos quais desejam escapar palavras desconhecidas.
Sou desastrada. Estou sempre a ir contra as coisas.
O olhar que lanças demora pouco mais do que segundos, já estamos ambos a pensar noutra coisa, completamente diferente, completamente distante de qualquer segredo que possamos ter. Desvias os olhos e encho-me de alívio de que não vejas como outros vêem. Não há repulsa nem medo, nem compreensão. Só um assentimento mútuo de não dizer palavras, de não apresentar conjeturas, de não esforçar para perceber o que não pode ser compreendido.
Olha, sei que não sabes o que passa a esvoaçar na minha mente, mas não faz mal, porque é mesmo assim que deve ser.
Porque se não, olha, ia magoar, essa tua afirmação irrefletida.
Mas não magoou.
Foi como uma brisa de fim de tarde, algo gelada nos ossos, mas algo quente por dentro.

8 comentários:

  1. o coração aperta ao ler isto, e as palavras fogem. oh catarina, um beijo de coragem e um abraço dos apertadinhos, daqueles dos nossos.

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  2. oh tão querida, foi bom ser recebida com um comentário como o teu acredita. espero que continues a gostar do que escrevo, espero que sim (:

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  3. awwwwn, que linda *-* muito obrigada querida, mesmo <3

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  4. oh mas que linda!! um beijinho no coração e muito obrigada pelo doce miminho que aqui me deixaste, Catarina.
    <3 adoro-te

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  5. Oh, muito obrigada! :')
    Gostei do post, escreves muito bem :)

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  6. é sempre tão quentinho quando me visitas, catarina. um abraço daqueles, bem sabes <3

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