quinta-feira, 10 de abril de 2014

Espetam-se os dedos de unhas recortadas na pele, tão macia
não era suposto sê-lo
                                                                                                                             que enoja profundamente, branco luminoso cor de pele, macilento como a face de quem dorme pouco, enevoada por demasiadas vidas que não existem, simplesmente forçando o seu caminho dentro
de mim
cada uma mais exigente do que a outra
Escreve

                                                                                 acordam o pulsar nas minhas veias,
sangue por todo o lado, esventro-me de forma a que saiam o mais rápido possível
Haja alguém que vos enrede! Farto-me das vossa vozes!
CALEM-SE!


Frio e calor tudo junto
miríade de sentimentos, que
não sinto, nada é meu.
Maravilhosa forma de despersonalizar o eu, fragmentando-me.
Cheira a betadine

 Memórias percorrem a parede, reflexos fugitivos no espelho, pelo canto do olho. Apanhada.
Passado aos uivos em mim.

E porque não?
E porquê agora?

Silencia-se o eu que não racionaliza, nuvens carregadas de chuva,

as palavras passam ao lado
até que volto.

"I fucking love you like hell!!"

Está tudo bem.
Chove cá dentro, mas não fora de mim. Escreve, é o que tens que fazer.

Calem-se as vozes desconhecidas que conheço tão bem.
Estou segura.
Já passou. Onda gigantesca, maré que me abocanha... já lá vai.
Trouxeste-me de volta. Delírios novos

apagando fogos antigos.

4 comentários:

  1. "Maravilhosa forma de despersonalizar o eu, fragmentando-me." oh catarina, és genial!

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  2. porque o mar é mais incerto que a vida. e é por isso que muitas vezes a consome. sabes, sempre me deixei levar pelas marés sem medo, mas agora que algo me prende à terra, aprendi a crescer dentro de flores primaveris. e não consigo ver-me no mar outra vez!

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  3. oh, és tão doce! mas como me imaginas psicologicamente?

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  4. sou um muro que transparece o que não quer deixar que vejam. mas tu vês: e vês tão bem que me pergunto se não serei um vidro. um vidro perdido num jardim qualquer onde tu passeias e vês o mundo pelos meus olhos. sou tantas coisas que uma pedra ou um vidro parecem iguais para mim. e o que mais me fica na alma é a alegria de saber que me conheces tão bem, e que sabes tudo isso melhor que ninguém! és genial <3

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