sábado, 27 de dezembro de 2014

Cai o pano

Enregela-se o ar pelas portadas da janela, abertas de par em par. Congelam-se os pés, dentro da casota onde dormem.
Inspira, expira
o mundo morre em volta.

Que nada mais se erga, e se prove errado o compromisso louco da perfeição. Que nada mais levante o dedo de sentida ilusão de fósforo na noite e estrelas cadentes.

Nada. Exceto ela e o
inspiro, expiro
Nada. Exceto o pano.

Pequena, até o palco finda
                                                   até o público evacua
                                                                                          pequena. o pano cai.

1 comentário:

  1. Oh Catarina, como essas palavras nos deixam carentes quando aguardamos pelas mesmas. Revestes de Beleza os dias em que temos a fortuna de te ler, mesmo quando vertes tristeza. Pois uma das tuas maiores virtudes consiste em provar como a Melancolia pode igualmente ser Bela.

    Beijo imenso.

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