Fumo os pulmões, bem cá de dentro, num vórtice de plena campanha anti-tabaco. Espirais de vozes cantadas, por entre raivas absurdas.
Não há ar puro em mim, que me conspurco por entre peles mordidas de lábios carentes.
A desejar, confusa, perder-me em ti, para não ter de fugir de quem sou, escapando-me aos pedaços viajantes de gemidos profundos.
Vergonha de querer apagar-me em ti pelo infinito mais poderoso que a realidade. Crescendo de doenças por entre a vista cansada, pintarolas em todo o lado
explodem-se-me as veias
cada qual mais negra que a anterior, num santuário de ódio acumulado de ser eu e nunca o reflexo contrário.
Não se ganha experiência por evacuar os sentidos.
O que arde cura. O que não te mata, faz-te forte.
Se tudo o que é dito e desdito sem pensar fosse banido deste mundo, todos iriam cair mortos.
Viva a parvoeira, então. E deixem a raiva sair.
Hoje, golpeio almofadas em vez de te marcar a carne com anseios desesperados de (deixar de) ser eu, apenas por um momento.