segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Alma Sem Cor

Através da cortina de pétalas de chuva, observo o dia a preto e branco, que parece transmitir, precisamente, o mundo que é o meu, sem ponta de cor, desnudo e mudo, completamente estilhaçado.
Há pedaços de mim em cada gota, lentamente me evado do meu corpo, deixo-o sozinho no colchão que começa a arrefecer, apenas com as lágrimas quentes para me manterem acompanhada.
E toda a sanidade colorida dos dias de Verão, se desfaz, ao mesmo tempo que abro os braços e acolho a minha amada escuridão, e ela se funde em mim, na minha alma sem cor.
"Olá, velha amiga" - diz ela.
Não respondo. Estou em casa, na minha alma descolorada, na chuva fria, nos dias cinzentos.
E, assim, começa de novo o ciclo invernoso e espiral da minha auto-destruição. 

2 comentários:

  1. vamos manter os nossos corações em permanente verão, sim? vamos.. que o inverno apenas nos envolva e não mais nos penetre

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  2. como me estagnaram as últimas palavras ... revejo-me tanto aqui

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