Tento saír da escuridão, apanhar a luz nas minhas mãos e iluminar o meu rosto.
É dificil, muito dificil, porque ela arranja sempre maneira de saber o meu nome, apesar de todas as vezes em que escapei, ela não esquece, é paciente, aguarda.
Quando sinto que estou a despertar, que posso abrir as cortinas e a luz volta a brilhar, o sono agarra-se a mim, impede-me de viver, tenta arrastar-me de novo, como se fosse uma grande e pesada mão a puxar-me de volta às profundezas.
Está tudo negro, por aqui. Não há branco, nem matizes de cinzento.
Mas eu não quero uma vida negra e, por muito que me arrastem, vou lutar com unhas e dentes, com todas as minhas forças, para sair, para voltar a viver.
Porque mesmo que a minha vida esteja, agora, atrasada, tenho de a recuperar, não interessa se doi e se irá doer mais, não posso ser prisioneira da sombra e do medo.
Tenho de voltar ao sol, à vida, à alegria.
Vai custar e, muitas vezes, vou pôr-me de pé e caír de novo. Mas não me importa, a única coisa necessária é saber que ainda estou a lutar e que não desistirei.
Mesmo que leve toda a minha vida a tentar vivê-la.
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