Quando tinha dezoito anos, a minha melhor amiga desapareceu. Foi um dia completamente normal, só que eu cansei-me de olhar para as estrelas.
Ela acenou-me, lá de longe, na outra ponta do mundo, e eu não notei.
Voltei-me por cinco segundos. Cinco segundos exatos.
Só.
Cinco.
E ela já lá não estava. Acenei para o infinito, sabes? Como se um voltar do pulso a trouxesse de volta. Estava a chover, lembro-me perfeitamente.
Quem diria que demorava tanto a abrir um guarda-chuva.
Esses cinco segundos? Conto-os para sempre.
E agora, já não me cansa olhar as estrelas. Agora perscruto-as, à procura da sombra dela.
Tem que ter uma sombra
Não é?
Alice parou de andar. Voltou-se para mim e sorriu, sorvendo o fumo do cigarro como se zangada com o mundo.
- Foda-se Sam, o que eu dava para ver uma das tuas sombras.
Porque, se calhar, dizia-me onde ela estava.
E eu podia olhá-la por mais cinco segundos.
Pois eu, rogaria olhar por 70x7 vezes.
ResponderEliminarA nossa duração é demasiado curta para as maravilhas que nos extasiam a visão.
Beijo, minha sublime Catarina.
Segui :)
ResponderEliminarDeixo aqui o meu primeiro passatempo e gostaria de poder contar contigo :)
http://diasporadossentidos.blogspot.com/2015/01/1-sorteio-diaspora-dos-sentidos-o-velho.html
:)
Nunca devemos deixar de procurar pelas sombras daqueles que estão longe. Um dia, elas aparecem para nos cumprimentar.
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