domingo, 11 de julho de 2010

Marés de Tempo


Já me questionei muitas vezes acerca do tempo.

Quando o sol desce, querendo tocar o mar, e o dia termina, para dar lugar a uma longa noite (noite que escurece os mares, noite que instiga as marés a revoltarem-se contra o areal, a espumar), penso: "Mais um dia passou, segundos da minha vida, muitos deles desaproveitados com algo que não interessa, outros gastos a pensar demais em algo que não devia pensar, poucos deles são passados com algo que realmente vale a pena, que me faz desejar viver mais, nem que seja para os recordar e sorrir, ou chorar... Nem que seja para sentir!"
À medida que o sol diz adeus ao céu e a noite chega, dou por mim a recordar, a pensar no tempo que gasto a pensar em vez de criar memórias, de criar histórias, de mudar sorrisos, de levar algo de bom a alguém... De recordar... De ver... De sentir...
O tempo é longo, mas cada vez parece mais curto, envolto em marés, recuando e avançando quando menos esperamos.
O tempo é como a maré, como o mar... Por vezes arrasta-nos na sua corrente louca, outras vezes somos nós que avançamos na sua espiral de memórias, de situações, de segundos e minutos, horas que passam sem que nos consigamos aperceber disso.

O tempo é demasiado longo para nós, mas demasiado pequeno para vivermos todas as memórias que esperavamos criar.
Passa rápido, cada dia mais depressa, mas mesmo assim devagar...

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